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    O CONSUMISMO É UMA ESCRAVIDÃO APERFEIÇOADA

    Valuable insights

    1.Identidade Trabalhador vs. Consumidor: A identificação como trabalhador gera solidariedade, enquanto a como consumidor estimula competição por bens e status, desarticulando a sociedade e suas relações.

    2.O Auge da Sociedade Trabalhadora Pós-Guerra: Após a Segunda Guerra, a sociedade priorizou o trabalhador com bons serviços públicos como saúde e educação. Nos anos 50-70, houve um auge do bem-estar para a classe trabalhadora.

    3.A Revolta da Elite e Neoliberalismo: Nos anos 80, a elite reagiu à igualdade com a 'revolta da elite', impulsionando o neoliberalismo e o capitalismo de livre mercado para acumular poder e riqueza.

    4.Mudança na Promessa Governamental: A promessa governamental mudou de garantir empregos vitalícios para o cidadão a oferecer preços baixos e vasta variedade de produtos ao consumidor.

    5.Consumismo: Competição e Individualismo: O consumismo incentiva a competição por prestígio e bens materiais, promovendo o individualismo e dificultando a ação coletiva e a solidariedade social.

    6.Consumismo como Escravidão Moderna: O consumismo é uma forma aperfeiçoada de escravidão, onde as pessoas, sem perceber, competem por status e bens, alienadas de sua condição e incapazes de se rebelar.

    O Contraste: Trabalhador vs. Consumidor

    Quando nos identificamos como trabalhadores com uma missão em comum, construir algo do qual todos possamos desfrutar, aí podemos ter alguma solidariedade. Por outro lado, quando nos identificamos como consumidores, nossa relação passa a ser muito menos solidária e muito mais competitiva. Compraremos bens, postaremos em nossas redes sociais e competiremos para ver quem tem mais status. Isso desarticula a sociedade e tem implicações em todas as esferas, inclusive na política.

    A Análise de Jean Schuequim

    Essa é a ideia central de uma das melhores aulas do professor Jean Schuequim no YouTube. Recorro ao trabalho dele por suas análises de conjuntura interessantes, partindo de um viés pouco explorado pela mídia hegemônica. É uma voz rara no contexto brasileiro, valorizada pela diversidade de pensamento.

    Mas o professor Jean também faz comigo aquilo que ele certamente faz com os aluninhos mais jovens dele, mexe com as minhas convicções, né? Mas eu tô maduro demais para não apreciar aqueles momentos em que as minhas convicções são contestadas.

    Essa aula do professor Jean me encanta porque liberta. Normalmente, esse tipo de conteúdo expositivo não textão é feito para apoiadores, mas sinto que esta mensagem é útil para todos. Por isso, está publicada abertamente.

    Marx, o Pós-Guerra e o Ideal Trabalhista

    O mais incrível sobre Marx é que ele teria cometido um erro ao prever o comunismo em países industrializados. O comunismo ocorreu na União Soviética e na China, mas houve adesão a ideais marxistas na Europa e nos EUA, chamados de socialismo. Essa aderência colocava o trabalhador no centro da sociedade.

    Valor Criado pelo Trabalhador

    Após a Segunda Guerra Mundial, os trabalhadores foram colocados no centro da sociedade porque criam valor, ao contrário do dinheiro, que é especulativo. Portanto, era essencial tratar bem os trabalhadores. Nos EUA e Europa, os trabalhadores, através de sindicatos, exigiam reformas políticas.

    • Excelente sistema de saúde
    • Boas escolas públicas
    • Universidades baratas

    No entanto, nos anos 80, isso começou a mudar. Colocar o trabalhador no centro da sociedade faz mais sentido do que ter o dinheiro como foco central. Mas, a partir dos anos 80, houve um retorno à centralidade do dinheiro.

    A Virada dos Anos 80: Elite e Neoliberalismo

    A partir dos anos 80, a centralidade do dinheiro retornou. O que aconteceu foi a 'revolta da elite'. Uma sociedade baseada no trabalhador tende a ser igualitária, o que desagrada a elite, que busca diferença, poder e dinheiro. Essa revolta é o que chamamos, nos EUA, de 'revolução do Reagan'.

    Reagan, Neoliberalismo e Desigualdade

    A revolução do Reagan marcou o início do neoliberalismo e do capitalismo de livre mercado. Essa transição do trabalhador para uma nova ideologia permitiu à elite acumular muito poder. A radicalidade dessa revolução é visível na disparidade salarial.

    Período
    Salário CEO (média)
    Relação CEO/Trabalhador
    Anos 70
    $1 milhão/ano
    20x
    Hoje
    $20 milhões/ano
    200-300x

    Assim, nos anos 80, a desigualdade começou a explodir. Iniciou-se uma transição do trabalhador para o consumidor como nova unidade organizadora. Para isso, foi preciso desorganizar a classe trabalhadora e a classe média, introduzindo o novo conceito de consumidor.

    A Substituição do Trabalhador pelo Consumidor

    Nos anos 50-70, o governo prometia um bom emprego vitalício. Nos anos 80, a promessa mudou para preços baixos e grande variedade de produtos. Essa mudança sutil foi uma revolução na sociedade e na política, alterando o foco do trabalhador para o consumidor.

    A Mentalidade do Consumidor em Ação

    O trabalhador precisa de consciência política para proteger seus direitos e lutar por reformas. Em contraste, a mentalidade do consumidor opera de forma diferente. Para entender isso, podemos usar um experimento mental com um milhão de dólares.

    Experimento Mental: O Milhão de Dólares

    Se cada uma das 500 pessoas em uma escola recebesse 1 milhão de dólares para gastar, a primeira ação seria comprar algo. Uma casa seria uma compra comum, seguida pela aquisição de móveis para equipá-la.

    • Comprar uma casa
    • Comprar móveis

    Em seguida, as pessoas tirariam fotos para postar nas redes sociais, exibindo suas novas aquisições. Essa exposição levaria outros a quererem casas ainda maiores e mais chiques. A competição por status se intensifica quando todos postam suas posses.

    A Competição que Gera Endividamento

    Rapidamente, todos gastariam o dinheiro e acabariam endividados. A competição por quem tem a casa maior e mais bonita nas redes sociais leva ao endividamento, pois 1 milhão de dólares não é suficiente para satisfazer todos os desejos competitivos.

    Vai ficar todo mundo endividado e vai ficar todo mundo se odiando, porque a competição faz isso.

    Isso é o consumismo: uma competição por prestígio. Essa competição leva à individualização e à otimização de si mesmo, impedindo a ação coletiva e a solidariedade. As pessoas deixam de se organizar e agir coletivamente.

    Consumismo: Escravidão Aperfeiçoada

    Em última análise, o consumismo impõe uma lógica econômica de ver o mundo apenas através das lentes do capital. As interações sociais e as avaliações pessoais passam a ser baseadas na quantidade de dinheiro que alguém possui, em vez de suas qualidades.

    A Lógica do Capital

    Essa lógica econômica domina a forma como avaliamos o mundo e as pessoas. Perguntamos quanto dinheiro alguém tem antes de considerar namorar, usando essa racionalidade capitalista para analisar o entorno. O mundo, incluindo a China e as pessoas, opera sob essa lógica.

    Vocês foram doutrinados a pensar que esse é o único modo de viver. Na escola, o objetivo se torna conseguir um bom emprego para ganhar dinheiro e comprar mais coisas. Essa é a mentalidade predominante.

    • Conseguir um bom emprego
    • Ganhar dinheiro
    • Comprar mais coisa

    Uma Nova Visão para a Educação

    Existem outras formas de pensar sobre a escola: aprender, abrir a mente, ter imaginação, pensar criticamente e talvez mudar o mundo. Era assim que se pensava quando os trabalhadores eram a força dominante. Agora, com o consumidor no comando, o foco volta a ser o emprego e a compra de bens.

    Pensar nisso revela que o consumismo é um aperfeiçoamento da escravidão. Somos escravos do dinheiro, mas, diferentemente da escravidão tradicional, não temos consciência disso e até gostamos da condição, o que impede qualquer rebelião.

    Sim, somos escravos do dinheiro. Mas o que mais? Se você é escravo e sabe disso, você ainda pode se rebelar. Mas se você não sabe que você é um escravo e você gosta disso, sem nem saber que é um um escravo, aí você nunca pode fazer nada a respeito, certo? Então o consumismo é a escravidão aperfeiçoada.

    Por isso, Francis Fukuyama diz que o consumismo é o 'final da história'. É um sistema que atende aos desejos da elite, enquanto as massas, alheias à sua condição, não protestam nem se rebelam. É um sistema perfeito para controle.

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