Valuable insights
1.Desvalorização: Sinal de Alerta ou Normalidade?: Nem toda queda de 2-3% na rentabilidade indica problemas. A renda variável oscila diariamente. Analise se a desvalorização é pontual ou generalizada antes de tomar decisões precipitadas.
2.Análise Macro e Específica: Primeiro, avalie o cenário macro (a bolsa toda está caindo?). Em seguida, se a queda for pontual, investigue os motivos específicos da empresa, como problemas operacionais ou financeiros.
3.VEG: Expectativas Elevadas e Múltiplos: Empresas como a VEG, com histórico de resultados excepcionais e múltiplos elevados (P/L), são sensíveis a projeções. Resultados ligeiramente abaixo do esperado podem causar desvalorização.
4.Banco do Brasil: Inadimplência e Setor: O aumento da inadimplência, especialmente no agronegócio e com juros altos (Selic), impacta o Banco do Brasil. Bancos precisam aumentar provisões para calotes, afetando seus resultados.
5.Impacto de Tarifas Externas: Medidas como a tarifa de 50% de Donald Trump afetam exportadores brasileiros, incluindo VEG (apesar de ter fábricas nos EUA) e, indiretamente, o agronegócio financiado pelo Banco do Brasil.
6.Queda Não Significa Oportunidade: O preço de uma ação em queda não garante uma oportunidade de compra. É fundamental entender os motivos por trás da desvalorização para decidir se faz sentido continuar aportando.
7.Asset Allocation é Chave para o Portfólio: A forma como você aloca seu capital (asset allocation) entre diferentes classes de ativos (renda fixa, ações, FIIs) é o principal determinante da performance do seu portfólio no longo prazo.
8.Evite Tentar o Market Timing: Tentar prever o melhor momento de compra (market timing) tem pouco impacto na performance de longo prazo. O foco deve ser na estratégia de alocação de ativos e aportes regulares.
9.Aportes Regulares Superam 'Comprar no Fundo': A estratégia de Dollar-Cost Averaging (aportar periodicamente) se mostrou mais eficaz do que tentar 'cravar o fundo'. Estar consistentemente exposto ao mercado é crucial para retornos superiores.
10.Conheça Suas Empresas: Invista em empresas que você entende. Saber como elas funcionam e identificar problemas reais é essencial para tomar decisões informadas, seja para continuar aportando ou fazer uma pausa.
Análise Inicial e Cenário Macro
É comum que investidores enfrentem a desvalorização de ações logo após realizar aportes, e nem sempre isso significa que as decisões foram equivocadas. A primeira etapa crucial é analisar o cenário macroeconômico. É fundamental verificar se a desvalorização é generalizada, afetando toda a bolsa de valores e diversos ativos, ou se é um movimento pontual de apenas alguns ativos em sua carteira. É importante ressaltar que pequenas oscilações, como uma rentabilidade negativa de 2% a 3%, são normais em renda variável, onde os preços oscilam diariamente. Contudo, se uma empresa específica estiver em constante desvalorização, comportando-se de forma atípica, o investidor deve ligar o sinal de alerta para investigar os fatores que impactam seu desempenho no mercado.
Não é porque você está enxergando uma rentabilidade negativa que necessariamente precisa haver algum problema na sua carteira de investimentos. Alguma empresa está passando por algum problema de maneira alguma.
Estudos de Caso: VEG e Banco do Brasil
Para ilustrar a importância da análise detalhada, podemos observar os exemplos da VEG e do Banco do Brasil. Ambas acumularam uma rentabilidade negativa de aproximadamente 20% nos últimos 12 meses, mas por motivos distintos. A VEG, conhecida por resultados excepcionais, enfrenta expectativas elevadas do mercado. Se a empresa entrega um resultado minimamente abaixo das projeções, o mercado reage negativamente, especialmente por ser uma empresa negociada a múltiplos elevados, como o indicador P/L (Preço/Lucro). Um P/L alto indica que o mercado paga mais pela empresa, esperando que ela continue gerando lucros expressivos. Quanto menor o P/L, mais 'barata' a empresa seria em tese, permitindo reaver o capital investido em menos tempo.
Impacto de Tarifas na VEG
Além das expectativas do mercado, a VEG foi impactada pela tarifa de 50% imposta por Donald Trump sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, que começou a valer em 1º de agosto. Mais de 50% da receita da VEG provém do mercado externo. No entanto, a empresa possui fábricas nos EUA, o que diminui o impacto dessa tarifa sobre seus produtos já fabricados localmente, minimizando a desvalorização de forma mais específica.
Desafios do Banco do Brasil
O Banco do Brasil, por sua vez, enfrenta um aumento significativo da inadimplência em sua carteira de crédito, especialmente em empréstimos para pessoas jurídicas e o agronegócio. Com o crescimento da inadimplência, o banco precisa aumentar suas provisões, que são valores separados para cobrir possíveis calotes, impactando diretamente seu resultado. A taxa Selic, atualmente em 15%, torna as dívidas mais caras, elevando o risco de inadimplência. Embora uma Selic alta possa beneficiar bancos até certo ponto, um nível excessivamente elevado pode aumentar a inadimplência e, consequentemente, reduzir os lucros. Além disso, as tarifas de 50% do governo Trump também podem afetar indiretamente o Banco do Brasil, ao reduzir a demanda externa por produtos do agronegócio, fazendo com que o setor busque menos crédito.
Ambas as empresas, embora com justificativas para a queda, são resilientes. O Banco do Brasil, com mais de 200 anos, passou por diversos períodos desafiadores, como hiperinflação e ditaduras. A VEG, embora mais nova, demonstra capacidade de entregar resultados crescentes. Contudo, o Banco do Brasil carrega o risco estatal, estando sujeito a pressões políticas (como crédito subsidiado), enquanto a VEG sofre com as altas expectativas do mercado, desvalorizando-se caso não as atinja.
Estratégias para Gerenciar a Carteira
O primeiro passo para um investidor é analisar o comportamento de toda a sua carteira, identificando se a desvalorização é um movimento generalizado do mercado ou pontual em determinados ativos. O segundo ponto é a importância do asset allocation, que é a forma como o capital é alocado. Definir a porcentagem do patrimônio em renda fixa, ações, fundos imobiliários, entre outros, é uma estratégia macro que, de acordo com um estudo de 1991, é a principal determinante da performance de um portfólio. Após essa divisão macro, a escolha dos ativos (o micro) se torna o próximo passo.
A Importância do Asset Allocation
A estratégia de asset allocation consiste em distribuir o capital de forma diversificada. Por exemplo, de um patrimônio de R$ 50.000 ou R$ 1.000, define-se quanto será destinado a cada classe de ativo. Esta alocação macro é fundamental. O estudo mencionado demonstrou que o asset allocation tem um peso muito maior na performance do portfólio do que o timing do mercado.
Market Timing vs. Investimento Periódico
O 'market timing', que é a tentativa de cravar o melhor momento para comprar uma ação, tem um peso muito baixo na performance de um portfólio (apenas 1,8%). A estratégia de realizar aportes regulares e seguir o asset allocation é mais eficaz. Por exemplo, se o objetivo é ter 3% do patrimônio em uma ação como BPAC 11 e ela desvaloriza, passando a representar 2,76%, a estratégia é aportar nela para rebalancear a carteira, em vez de tentar vender ativos que valorizaram.
Não é porque o preço está caindo que significa que é oportunidade e eu vou pegar todo o dinheiro que eu tenho para aportar naquela empresa.
- Não cogitar vender quando uma empresa supera o percentual estipulado, mas sim rebalancear com novos aportes em outras empresas.
- Entender o que está acontecendo com a empresa antes de continuar aportando, especialmente se o movimento de queda for fora do padrão.
A Estratégia Dollar-Cost Averaging
A estratégia conhecida como Dollar-Cost Averaging (DCA) consiste em aportar periodicamente (mensalmente, semanalmente), independentemente do preço do ativo. Estudos no mercado americano e brasileiro demonstram que, mesmo um investidor que consegue 'cravar o fundo' (o que é teoricamente impossível), tem uma rentabilidade inferior àquele que aporta regularmente. Isso acontece porque o investidor que tenta o timing passa mais tempo fora do mercado, perdendo os melhores dias de alta. O investidor que aporta regularmente está sempre exposto às variações, aproveitando tanto os melhores quanto os piores momentos, resultando em um retorno acumulado superior ao longo do tempo.
Princípios Essenciais para o Investidor
Acima de tudo, o mais importante para o investidor é saber o porquê de estar investindo em determinadas empresas. Entender o funcionamento de cada ativo em sua carteira é crucial. Embora a renda variável oscile, é fundamental analisar se qualquer comportamento fora do normal indica um problema real na empresa. Ao identificar esses problemas, o investidor pode julgar se é viável continuar aportando ou se deve pausar para observar o desenrolar da situação. Se for um momento passageiro e julgar que é útil, o investidor deve seguir seu asset allocation, destinando o aporte para a ação que estiver abaixo do percentual estipulado, como um ativo que deveria representar 3% do patrimônio, mas com a desvalorização, representa apenas 2%.
Useful links
These links were generated based on the content of the video to help you deepen your knowledge about the topics discussed.