Ideias de Projetos BACKEND AVANÇADOS pra TE DESTACAR (e como fazer)

A comunidade de desenvolvimento backend frequentemente se depara com a repetição de projetos básicos, como CRUDs simples ou listas de tarefas. O objetivo deste conteúdo é apresentar cinco propostas de projetos avançados, desenhados para forçar o desenvolvedor a sair da zona de conforto. A meta é construir um portfólio substancial, preparando o profissional para os diversos desafios encontrados ao longo da carreira, aplicando padrões e técnicas importantes para se tornar um desenvolvedor backend completo e preparado para o mercado.

O projeto inicial consiste em um encurtador de URLs, onde o usuário submete um endereço longo e recebe em troca uma versão encurtada que, ao ser acessada, redireciona para o destino original. Este desafio inicial já exige considerações sobre a lógica de redirecionamento, o que implica conhecimento básico de redes e arquitetura em nuvem. Para elevar o nível, adicionam-se requisitos de negócios cruciais para aplicações reais.

É fundamental implementar um controle sobre o ciclo de vida dos links, fazendo com que eles expirem após um determinado período e parem de redirecionar. Adicionalmente, deve-se manter um rastreamento detalhado, registrando a quantidade de cliques que cada URL curta acumulou, fornecendo métricas valiosas para o usuário final.

Estas duas abordagens representam caminhos populares e eficazes para resolver o desafio do encurtador de URL, permitindo que o desenvolvedor se familiarize com infraestrutura moderna e padrões de roteamento.

O segundo projeto envolve a criação de uma plataforma de cursos online, semelhante a um clone da Lura, onde usuários autenticados podem visualizar e assistir às aulas disponíveis. O desafio central reside em adicionar um sistema robusto de controle de progresso, permitindo que cada usuário monitore o andamento em cada curso, registrando quais aulas foram concluídas.

O grande desafio do backend neste cenário não é a lógica de negócio, mas sim a infraestrutura necessária para hospedar e transmitir o vídeo pela rede. O backend deve ser capaz de empacotar o vídeo e realizar a transmissão eficiente dos bytes, um aspecto que exige o uso de soluções especializadas existentes no mercado.

É fundamental que, no momento da autorização, seja montado um token JWT para realizar a autenticação do usuário, adicionando também um controle de roles para definir permissões.

Para a autenticação, se for utilizado Java com Spring, o Spring Security é a ferramenta padrão. Independentemente da linguagem, o uso de tokens JWT é universalmente recomendado. O armazenamento das informações de progresso do curso pode ser feito em qualquer base de dados relacional, como SQL, visto que os dados são estruturados e não dinâmicos.

É importante notar que a edição deste vídeo foi realizada utilizando o MVAV, um editor simples e poderoso, ideal para quem deseja iniciar na criação de conteúdo sem gastar tempo excessivo aprendendo ferramentas complexas, suportando cortes rápidos, legendas e transições.

O terceiro projeto foca em um clube de assinaturas, onde o assinante paga para receber conteúdo exclusivo periodicamente, geralmente via e-mail, como uma newsletter paga ou acesso a cursos. O objetivo principal deste desafio é aprender a lidar com processamento de pagamentos e, crucialmente, com webhooks para escutar atualizações de estado do pagamento.

Ao receber a confirmação de pagamento bem-sucedida através de um webhook, a aplicação deve atualizar o status da assinatura na base de dados do usuário. Para a integração de pagamentos, o Stripe é altamente recomendado devido à sua API de fácil utilização e vasta documentação.

Um aspecto positivo deste projeto é a possibilidade de reutilizar conhecimentos adquiridos nos desafios anteriores, como autenticação, autorização e modelagem de banco de dados, promovendo um agregado de conhecimento prático.

Este projeto inverte o fluxo síncrono tradicional: em vez de receber um PDF, processá-lo e retornar a resposta imediatamente, a aplicação recebe o documento e o insere em uma fila para processamento assíncrono. Isso garante que a aplicação permaneça responsiva mesmo que o serviço de processamento esteja temporariamente indisponível, pois as informações permanecem salvas na fila até serem consumidas.

Um caso de uso prático envolve a criação de um microsserviço que utiliza Reconhecimento Óptico de Caracteres (OCR) para extrair dados de um documento enviado, como o nome do usuário em uma foto de CPF ou identidade. O backend receberia o documento e o nome esperado, e o processamento assíncrono buscaria esse nome no conteúdo extraído.

Para a camada de OCR, pode-se utilizar wrappers como TSFor (wrapper do Tesseract) ou serviços gerenciados como Google Vision OCR ou Azure OCR. Para tornar o sistema pronto para produção, é essencial implementar a Dead Letter Queue (DLQ) para gerenciar falhas de processamento.

O quinto e último projeto proposto é a construção de um chat em tempo real, simulando plataformas como Discord ou Slack. O requisito básico é permitir que usuários troquem mensagens em um canal e visualizem essas interações instantaneamente, interagindo de forma síncrona.

Para adicionar complexidade, funcionalidades como a notificação de que um usuário está digitando ou a implementação de um sistema de banimento de usuários com comportamento impróprio devem ser consideradas. O desafio reside em pensar na lógica de backend para gerenciar esses estados em tempo real, além da autenticação e autorização já estudadas.

O deploy dessa aplicação exige a exploração de diferentes provedores de nuvem ou o uso de VPS para hospedar o servidor de socket de forma estável.

Após explorar os projetos, é fundamental consolidar o conhecimento teórico em áreas que diferenciam um desenvolvedor júnior de um sênior. O foco deve recair sobre padrões de arquitetura, observabilidade, conceitos avançados de nuvem e segurança.

É importante estudar como dividir a aplicação, abrangendo conceitos de microsserviços, monolito e a arquitetura BFF (Backend For Frontend). Para resiliência, padrões como retries e failovers são essenciais. Desenvolvedores Java devem analisar a ferramenta Resilience4J.

O monitoramento e a observabilidade salvarão a vida em um ambiente produtivo, permitindo investigar erros rapidamente para que sejam resolvidos o mais cedo possível.

Saber fazer logs estruturados é o tópico mais importante, o que significa adicionar contexto, separar por nível e trabalhar com Trace ID, fundamental em arquiteturas de microsserviços. Ferramentas populares incluem Grafana, DataDog, Kibana e New Relic. O objetivo é construir dashboards e alertas baseados em limiares de erro.

É pré-requisito saber operar máquinas virtuais (VMs) e Virtual Private Servers (VPS) para realizar o deploy da aplicação. Além disso, técnicas serverless (como AWS Lambda), o uso de CDNs para arquivos estáticos e a configuração de rede na nuvem (isolamento de bancos de dados) são cruciais. O estudo de Gateways como padrão arquitetural em cloud também é altamente recomendado.

É necessário aprender a escrever queries SQL mais complexas e entender o propósito do NoSQL e seus cenários de uso. Uma boa prática é experimentar com cache utilizando Redis, uma solução extremamente comum para acelerar respostas de endpoints.

Para auxiliar na aplicação prática de todos esses conceitos, será iniciada uma nova série de vídeos focada na criação completa de cada um desses projetos backend, seguindo todas as boas práticas para que o resultado esteja pronto para produção e comercialização.