
Hospedagem para Node.js, dicas e técnicas | Podcast FalaDev #14
O episódio do podcast FalaDev #14 aborda tópicos cruciais sobre hospedagem de aplicações, focando em Node.js, mas também explorando front-end e aplicativos móveis. Os apresentadores Diego Fernandes, Guilherme Lizote e Igor Ribeiro compartilham suas experiências e opiniões sobre diversas plataformas e estratégias de deploy. Eles discutem a viabilidade e os custos de serviços como Heroku, DigitalOcean, AWS e Google Cloud Platform, oferecendo insights sobre seus prós e contras, especialmente em termos de facilidade de uso, precificação e escalabilidade. O debate também se estende a métodos de deploy "antigos" como FTP, comparando-os com as práticas modernas de CI/CD e containerização, como Docker e Kubernetes.
Escolha da Hospedagem para Node.js
A escolha da hospedagem para aplicações Node.js depende muito do tipo de aplicação. Para Igor Ribeiro, o Heroku é a hospedagem ideal, especialmente devido à sua automação e facilidade de uso, que inclui CI/CD integrado e relatórios de alta qualidade.
O Heroku é uma hospedagem totalmente automatizada que tu quase não precisa fazer trabalho. Já vem com CI pronto, tem altos relatórios bons, o painel é top. O grande problema do Heroku é a precificação.
Entretanto, o custo é um fator limitante, com o plano básico para Node.js custando cerca de $17 e para PostgreSQL $7, totalizando cerca de $24, o que o torna inviável para iniciantes ou projetos pequenos. O plano gratuito do Heroku derruba o sistema após cinco minutos de inatividade, exigindo um "cold start" para reiniciar.
Para quem busca alternativas mais acessíveis ou para aprendizado, a DigitalOcean é sugerida, ou qualquer outro servidor que ofereça planos gratuitos como AWS (12 meses) ou Google Cloud Platform ($300 em créditos). Essas plataformas exigem um pouco mais de gerenciamento, mas oferecem um contato valioso com a infraestrutura.
Hospedagem de Front-end e Back-end
Para aplicações front-end, as opções são mais simples e diversas. Plataformas como Netlify e Vercel são altamente recomendadas por sua facilidade de uso, integração com Git e CI/CD embutido. Além disso, qualquer CDN (Content Delivery Network), como os servidores de Google ou AWS, é adequada para servir arquivos estáticos, já que o front-end é executado na máquina do cliente e não no servidor, minimizando problemas de desempenho relacionados ao servidor.
Já para o back-end, a situação é diferente, pois exige uma infraestrutura que permita escalabilidade e suporte a picos de usuários. As plataformas que oferecem planos gratuitos são ótimas para experimentar e verificar se atendem às necessidades do projeto antes de investir financeiramente. O DigitalOcean é elogiado por seu custo-benefício e por ser um excelente plano de entrada para quem busca um ambiente mais gerenciado. A opção de pagar pelo uso, mesmo que por um servidor de $5 por dia, resulta em poucos centavos, tornando-o ideal para testes.
Hospedagem de Aplicativos Móveis (Mobile)
Para aplicativos móveis nativos, o único local de hospedagem são as lojas de aplicativos: Google Play Store e Apple App Store. Diferente do deploy web, onde se envia o código para o servidor, no mobile é necessário gerar um pacote executável (APK para Android e IPA para iOS) que é então enviado às lojas. Essas lojas possuem regras rigorosas para aceitação de aplicativos. A Apple, em particular, é conhecida por seu processo de revisão meticuloso, que inclui testes completos do aplicativo e verificação de cada detalhe, como a presença de texto fictício.
A Apple é chato para caramba, chato às vezes no bom sentido até. O Google libera qualquer aplicativo, tu manda o aplicativo lá. Eu duvido que eles abram realmente e façam a revisão para ver se o aplicativo é funcional. Já a Apple não, eles pedem acesso, e-mail e senha para logar, testam o aplicativo inteiro.
Entretanto, estratégias como Over-the-Air (OTA) updates, comuns em aplicações React Native, permitem enviar novas versões do código sem a necessidade de uma nova compilação e envio para as lojas, agilizando o processo de atualização. Isso é possível porque o JavaScript é uma linguagem interpretada, não compilada, facilitando a injeção de código novo em tempo de execução. Ferramentas como CodePush da Microsoft e o próprio Expo oferecem essa funcionalidade, que é um grande diferencial para o desenvolvimento mobile com JavaScript.
Comparativo de Plataformas: Heroku, DigitalOcean, AWS e Google Cloud Platform
As plataformas de hospedagem oferecem diferentes experiências e custos:
Plataforma | Facilidade de Uso | Precificação | Recursos | Público Alvo |
---|---|---|---|---|
Heroku | Extremamente fácil, automatizado | Caro, plano gratuito limitado | CI/CD integrado, bons logs, painel intuitivo | Projetos sérios, empresas que podem investir |
DigitalOcean | Boa, mais gerenciamento | Clara, transparente, acessível | VPS, focada em desenvolvedores | Iniciantes, projetos de pequeno e médio porte |
AWS | Difícil, complexo | Pouco transparente, difícil de calcular | Vasta gama de serviços, para tudo | Projetos grandes, equipes com experiência em DevOps |
GCP | Fácil como DigitalOcean, vasta como AWS | Melhor que AWS, mas ainda complexo | Serviços completos, load balancer global | Equipes que buscam um equilíbrio entre facilidade e funcionalidade |
Heroku
O Heroku é o mais fácil de usar, com deploy automatizado e painel intuitivo. No entanto, sua precificação é alta, impedindo seu uso para projetos de aprendizado. O plano gratuito derruba a aplicação após 5 minutos de inatividade, exigindo um "cold start" para reiniciar.
DigitalOcean
A DigitalOcean oferece uma precificação clara e acessível, sendo ideal para iniciantes e projetos menores. Apresenta um custo-benefício excelente para quem quer explorar a parte de infraestrutura gerenciada.
AWS
A AWS é um "monstro" de serviços, com soluções para Geolocation, transcrição de vídeo e muitos outros. No entanto, é extremamente difícil de usar e sua precificação é complexa, com dezenas de variáveis que dificultam o cálculo do custo final. Não é recomendada para quem está começando, a menos que o projeto seja grande e conte com um profissional de DevOps dedicado.
Google Cloud Platform
O Google Cloud Platform (GCP) é visto como um meio-termo entre AWS e DigitalOcean. Oferece a facilidade de uso do DigitalOcean com a imensidão de recursos da AWS. Um diferencial importante é o Load Balancer Global, que distribui a carga e espelha a aplicação em servidores ao redor do mundo, garantindo baixa latência. Além disso, o GCP opera em reais no Brasil, o que facilita a obtenção de notas fiscais e suporte em português, diferente da AWS que não possui escritório no país.
O Fim do FTP/FileZilla
Antigamente, era comum o uso de FTP (FileZilla) para deploy de aplicações. No entanto, essa prática é considerada obsoleta e perigosa atualmente. Os servidores modernos não suportam mais deploy via FTP, e a substituição ideal é o SSH, que permite acesso e gerenciamento via linha de comando. As documentações atuais são claras e facilitam o aprendizado de comandos básicos. O uso de FTP era propenso a erros, como arquivos em branco ou perda de dados devido a falhas de conexão.
Estratégias de Escalabilidade
A escalabilidade pode ser feita de duas formas principais:
-
Escala Vertical
Significa melhorar os recursos de uma única máquina (adicionar mais RAM, CPU). Era a prática comum em servidores físicos.
-
Escala Horizontal
Consiste em replicar o número de máquinas e dividir o processamento entre elas, introduzindo o conceito de load balancer. Plataformas como Heroku já faziam isso de forma automatizada, enquanto na AWS exigia mais configuração manual.
Com o surgimento da containerização (Docker) e orquestração de contêineres (Kubernetes, Docker Swarm), a escalabilidade se tornou mais "palpável" e bem documentada. Essas ferramentas revolucionaram a área de DevOps, permitindo escalar aplicações de forma "à prova de balas". O Kubernetes é considerado uma ferramenta poderosa, oferecendo um leque enorme de estratégias para escalar.
Disponibilidade e SLA
A disponibilidade do serviço é uma preocupação fundamental. A maioria dos planos de hospedagem oferece um SLA (Service Level Agreement) de 99.9%, o que geralmente permite até uma hora de inatividade por mês. Problemas como a queda de um DNS (como ocorreu com o Cloudflare) podem afetar a acessibilidade, mas raramente indicam uma queda da própria hospedagem. Com o crescimento da aplicação e a migração para planos mais robustos, é possível alcançar um SLA de 100%, onde a aplicação nunca deve sair do ar. É crucial que as empresas tenham uma equipe de DevOps para lidar com esses problemas e ter um plano B, como o redirecionamento automático de tráfego para outras regiões, em caso de falha em um servidor. A monitoração de recursos e a adoção de estratégias de escalonamento horizontal e orquestração de contêineres reduzem drasticamente as chances de queda do serviço.
Takeaways
- Escolha da Hospedagem: Para Node.js, Heroku é ideal pela automação, mas caro. DigitalOcean é acessível para iniciantes. AWS e GCP oferecem vasta gama de serviços, com AWS mais complexa e GCP buscando equilíbrio entre facilidade e funcionalidade.
- Hospedagem de Front-end vs. Back-end: Front-end idealmente hospedado em CDNs ou plataformas como Netlify e Vercel, pois o processamento ocorre no cliente. Back-end exige infraestrutura robusta e escalável, sendo DigitalOcean e GCP boas opções de entrada.
- Deploy de Aplicativos Móveis: Aplicativos nativos são distribuídos via Google Play Store e Apple App Store. A Apple tem um processo de revisão rigoroso. Tecnologias como React Native permitem Over-the-Air updates, agilizando o deploy sem precisar passar pelas lojas novamente.
- Fim do FTP: O uso de FTP para deploy é obsoleto e inseguro. SSH e práticas de CI/CD são as alternativas modernas e seguras.
- Escalabilidade Moderna: A escalabilidade evoluiu da vertical (melhorar um servidor) para a horizontal (replicar servidores). Containerização (Docker) e orquestração (Kubernetes) são as formas mais eficientes de escalar aplicações atualmente, sendo cruciais para a área de DevOps.
- Disponibilidade e SLA: A maioria dos serviços oferece SLA de 99.9%, mas o monitoramento ativo e estratégias de DevOps são essenciais para garantir alta disponibilidade, especialmente em projetos em crescimento.
References
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