
EXPLICANDO DEFINITIVAMENTE O FINAL DE INTERESTELAR
O filme Interestelar, aclamado como um dos maiores da história do cinema, conhecido por seu enredo complexo e um final que intriga muitos espectadores. Este vídeo se propõe a desvendar os mistérios do desfecho com base nas explanações de Kip Thorne, o renomado consultor científico do filme. Kip Thorne, com sua expertise científica, conseguiu transformar conceitos complexos em uma narrativa visualmente espetacular, mantendo a fidelidade científica. A inspiração para esta análise vem de um podcast de Neil deGrasse Tyson com Kip Thorne, onde o próprio Thorne detalha os eventos finais. A discussão abordará a diferença entre a queda em buracos negros estelares e supermassivos, a introdução do Tesseract como uma interface de comunicação e a aplicação da Teoria de Cordas e da Cosmologia de Branas para explicar a existência de seres de dimensões superiores e a manipulação da gravidade. A compreensão desses conceitos científicos permite uma apreciação mais profunda da genialidade por trás do desfecho de Interestelar, que habilmente integra física moderna com ficção científica para criar uma experiência cinematográfica inesquecível.
Queda em Buracos Negros
Uma das primeiras questões abordadas é a viabilidade da sobrevivência de Cooper após entrar no buraco negro Gargantua. Há uma distinção crucial entre cair em um buraco negro de massa estelar e um buraco negro supermassivo. No caso de um buraco negro de massa estelar, o gradiente de força de maré é extremamente intenso. Isso significa que a diferença na força gravitacional entre a cabeça e os pés de uma pessoa seria tão drástica que resultaria em "espaguetificação", ou seja, o corpo seria esticado e destruído.
Pior cair num buraco negro de massa estelar. Num buraco negro de massa estelar, o gradiente de força de maré, o gradiente de gravidade, ele é muito violento. De modo que se você encostar a perna no buraco negro estelar, a diferença entre a força de maré no seu pé e na sua sua cabeça é tão grande que vai te espaguetificar, que a gente chama que é puxar você e você será destruído ali.
Em contraste, em um buraco negro supermassivo, como Gargantua, o gradiente de gravidade é significativamente menor. Assim, a diferença de gravidade entre os extremos do corpo é quase insignificante, permitindo que Cooper (e o TARS) adentrem o horizonte de eventos sem serem desintegrados. No entanto, o que acontece exatamente dentro de um buraco negro permanece Largamente desconhecido para a ciência atual. É nesse ponto que a genialidade e a liberdade criativa de Kip Thorne e Christopher Nolan se manifestam, introduzindo conceitos especulativos para o desenrolar da trama.
O Tesseract: Uma Estrutura Multidimensional
Ao penetrar no buraco negro Gargantum, Cooper se vê em direção à singularidade, o centro do buraco negro. É nesse ponto que Kip Thorne introduz o Tesseract, uma estrutura espetacular que se revela crucial para o desenvolvimento científico da história. O Tesseract é conceitualmente um hipercubo, uma estrutura que existe em quatro dimensões espaciais, algo que nossa percepção tridimensional não é capaz de visualizar. Como seres tridimensionais, nossa capacidade de percepção espacial se limita a profundidade, largura e comprimento; nosso cérebro não está equipado para processar uma quarta dimensão espacial.
Nós, seres humanos, somos seres tridimensionais. A gente só tem três dimensões espaciais: profundidade, largura e comprimento. Não tem outra dimensão. Nós não conseguimos visualizar uma outra dimensão. Nosso cérebro não está pronto para isso.
A aparição do Tesseract dentro do buraco negro, aparentemente "do nada", é justificada pela Teoria de Cordas, um arcabouço teórico que tenta unificar a relatividade e a mecânica quântica. Segundo essa teoria, o universo observável, a "brana" em que vivemos, seria uma fatia ou membrana inserida em um espaço de dimensões superiores, conhecido como "bulk". No contexto do filme, esse bulk possui cinco dimensões (quatro espaciais e uma temporal), enquanto nossa brana possui quatro (três espaciais e uma temporal). Embora a teoria de cordas ainda não tenha comprovação observacional ou experimental, ela oferece soluções elegantes para problemas intrigantes do universo, como a fraqueza da gravidade em comparação com outras forças. A gravidade, segundo a teoria, seria a única força capaz de vazar para dimensões superiores, o que explicaria sua aparente fraqueza em nossa dimensão.
Seres de Bulk e a Salvação da Humanidade
Conceito | Descrição |
---|---|
Bulk | Espaço de dimensões superiores onde o universo (brana) está inserido. |
Seres de Bulk | Descendentes evoluídos da humanidade do futuro, com capacidade tecnológica avançada e acesso a dimensões extras. |
Tesseract | Uma estrutura hipercubo em quatro dimensões, criada pelos seres de bulk como interface de comunicação. |
Flutuações Quânticas do Vácuo | Capacidade dos seres de bulk de manipular matéria exótica, não existente em nossas dimensões, para criar buracos de minhoca e o Tesseract. |
Gravidade | A única força capaz de vazar através de todas as dimensões, usada como meio de comunicação no Tesseract. |
A teoria apresentada no filme postula a existência de "seres de bulk", que seriam descendentes futuros da humanidade, altamente evoluídos não em termos biológicos, mas tecnologicamente. Esses seres teriam adquirido uma dimensão espacial extra e, em vez de serem compostos por matéria normal, seriam feitos de energia, tornando-os imperceptíveis à nossa visão tridimensional. No entanto, sua presença seria sentida através de efeitos gravitacionais, sendo a gravidade a única força capaz de ‘vazar’ por todas as dimensões. Os seres de bulk, com sua capacidade de manipular flutuações quânticas do vácuo e criar matéria exótica, seriam os responsáveis pela criação do Tesseract e também do buraco de minhoca utilizado na jornada intergaláctica. A matéria exótica, que não existe em nossas dimensões, torna a existência de buracos de minhoca estáveis possível em dimensões superiores.
Os seres de bulk, eles teriam acesso à chamadas flutuações do vácuo quântico. O vácuo quântico, diferente do vácuo aqui nosso, o vácuo quântico ele está fervilhando de atividade quântica e os seres de bulk eles conseguiriam manipular essa matéria exótica e criariam não só o Tesseract, mas também o buraco de minhoca no Interestelar.
No filme, o Tesseract serve como uma interface de comunicação, utilizando a gravidade para transmitir informações entre as dimensões. Quando Cooper entra no Tesseract, ele percebe que, ao manipular a gravidade, pode influenciar o ambiente tridimensional de sua filha, Murph. Inspirado, ele decide usar o código Morse para transmitir dados cruciais para a sobrevivência da humanidade. Com a ajuda do robô TARS, ele obtém os parâmetros do buraco negro e os codifica, fazendo com que livros caiam de uma estante (pontos) ou fiquem no lugar/caiam devagar (traços). Murph, em posse dessas informações e de sua inteligência, consegue resolver a equação que salva a humanidade. Este final, embora complexo, é uma obra-prima da ficção científica, integrando conceitos da física moderna como a teoria de cordas, cosmologia de branas e dimensões extras de forma coerente e cinematográfica, mesmo com algumas licenças artísticas que Nolan insistiu em manter para o impacto visual, como a representação do buraco negro Gargantua.
Takeaways
- Buracos Negros: A sobrevivência de Cooper no filme se deve à sua entrada em um buraco negro supermassivo, onde o gradiente de gravidade é menos intenso, ao contrário dos buracos negros estelares que "espaguetificam" objetos.
- Tesseract: Trata-se de um hipercubo quadridimensional, criado pelos "seres de bulk", essencialmente descendentes futuros altamente evoluídos da humanidade. Ele funciona como uma interface de comunicação interdimensional.
- Teoria de Cordas e Branas: O filme baseia o conceito de dimensões superiores na Teoria de Cordas, onde o universo é uma "brana" flutuando em um espaço de dimensões superiores ("bulk"). A gravidade seria a única força capaz de vazar por essas dimensões.
- Matéria Exótica: Os seres de bulk seriam capazes de manipular flutuações quânticas do vácuo para criar matéria exótica, necessária para a formação de buracos de minhoca e do Tesseract, viabilizando a comunicação e a viagem espacial.
- Comunicação Gravitacional: Cooper usa a gravidade dentro do Tesseract para manipular objetos no tempo e espaço de Murph, transmitindo informações cruciais via código Morse e salvando a humanidade.
References
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